sexta-feira, 11 de abril de 2014

BETA ALANINA SE TRANSFORMA EM CARNOSINA



 O Que é Beta Alanina
•Como usar Beta Alanina
•O que observar ao comprar


A beta alanina é um aminoácido não essencial, é o único aminoácido que ocorre na forma beta naturalmente. Foi descoberto em pesquisas há mais de 100 anos atrás. O seu principal benefício como suplemento é o aumento dos níveis de carnosina muscular.
A principal função da carnosina é agir como uma espécie de reservatório muscular. A carnosina ajuda a estabilizar o pH muscular ao absorver íons de hidrogênio que são liberados conforme a intensidade do esforço muscular praticado. Mas qual é a importância da estabilização do pH muscular? Os músculos funcionam melhor quando estão no nível adequado de pH. Mas conforme os músculos são submetidos a trabalho através de exercícios físicos, o pH muscular fica abaixo do nível ideal, o que faz com que haja uma queda do rendimento muscular, e o atleta começa a perder força. A carnosina então age ajudando a evitar que o pH muscular abaixe, prologando o período de tempo que o músculo pode fucionar no seu rendimento ideal.
Mas por que então não suplementar com carnosina ao invés de beta alanina? A beta alanina é quebrada pelo nosso corpo em suas partes constituintes e transformada em carnosina, e pesquisas mostram que a ingestão de beta alanina é na verdade superior à ingestão direta de carnosina para o aumento dos níveis de carnosina muscular.
Pesquisas mostram também que os níveis de carnosina muscular aumentam através do treino com pesos. Em um estudo recente foi comparado o nível de carnosina de fisiculturistas com o de indivíduos não-treinados, e notou-se que os fisiculturistas possuíam cerca de duas vezes mais carnosina nos músculos do que os indivíduos não treinados.
Muitos comparam os efeitos da creatina com os da beta alanina. Os efeitos do aumento dos níveis de carnosina são: aumento da força e resistência muscular, aumento da resistência aeróbia e anaeróbica dos músculos, e diminuição do tempo necessário para recuperação muscular, efeitos que são também observados com a suplementação de creatina. Isso não quer dizer que você deva pensar em substituir a creatina pela beta alanina. Pelo contrário, muitos indivíduos relatam um desempenho muito melhor ao combinar a suplementação de creatina e beta alanina.
As pesquisas feitas até agora mostram que é seguro suplementar com beta alanina. Um estudo de 12 semanas de suplementação com beta alanina onde no final do estudo foram feitos diversos exames como de sangue, fígado e hormônios mostrou que não houve nenhuma mudança negativa nos resultados antes e depois da suplementação com beta alanina.
 
Assim como a cretina, nossos músculos também possuem uma reserva de carnosina, o que faz com que algumas pessoas prefiram fazer uma "saturação" de beta alanina por uma semana e depois baixar a dose, enquanto outras pessoas preferem não fazer.
A dosagem usada é de geralmente 3 a 6 gramas divididas ao longo do dia, usada também em dias sem treino. Nos dias de treino, muitos preferem usar 2 ou 3 gramas logo antes do treino por causa do efeito de "comichão" que sentem nos músculos ao usar a beta alanina (o que é normal), e pelo aumento no "pump" que ela proporciona. Há também quem sinta esse efeito de "comichão" de maneira muito intensa, chegando a provocar desconforto e mal estar, e por isso descontinuam o uso de beta alanina.
 
O suplemento pode ser encontrando tanto em cápsulas / tabletes como em pó. Escolha uma marca de qualidade, e avalie o quanto você irá pagar por porção do produto.
Um bom custo x benefício é o Beta Alanine Extreme da Prolab.
 
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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Glicação – um pulo para uma velhice sem saúde

 
Qualquer dieta rica em carboidrato – especialmente os refinados, incluindo sucos de frutas, têm uma enorme capacidade de acelerar o envelhecimento. Parte desse processo é estimulada por um processo bioquímico chamado de glicação. É um processo um tanto complexo, em que estão envolvidos moléculas de glicose e de proteína. Uma reação química é estabelecida de forma que resultam moléculas deformadas e não funcionantes, que costumam se aglutinar. Esse processo é muitas vezes comparado a uma “caramelização”, ou seja: o composto final não pode retornar a um estado anterior, e esse novo resultante compromete os tecidos que está formando, deixando-os mais rijos e espessos. A pele envelhecida é um bom exemplo do tipo de aparência externa de um órgão afetado pela glicação.
Mas o coração, o cérebro e os olhos, entre outros podem ser órgãos especialmente sensíveis a esse processo. Esse dano irreparável afeta de forma imperiosa ao organismo sendo parte do processo degenerativo da aterosclerose, doença cardíaca, Alzheimer (e outras doenças degenerativas cerebrais, como Parkinson e Esclerose Lateral Amiotrófica), todas as complicações da diabetes, catarata, e qualquer processo associado às limitações do envelhecimento. De um modo geral o colágeno e outras proteínas de matriz tecidual estão sujeitas a essa reação de re-arranjo molecular, onde a resultante é um tecido com perturbações funcionais.
Em pessoas mais jovens a preocupação com a glicação é devido a sua obstinada relação com a obesidade e a diabete, sendo um dos mais expoentes limitadores da expectativa e da qualidade de vida nesses indivíduos. (Essa é a razão pelo qual é solicitado o exame hemoglobina glicada para o controle de pacientes diabéticos)
A glicação é um processo que não pode ser completamente evitado dentro dos organismos, mas é fundamental que se tome atitudes que habilite uma proteção a predominância desse tipo de reação química.
Nas sociedades ocidentais ou modernizadas uma forma de tornar mais vagarosa a glicação é a redução do consumo de todo e qualquer carboidrato, principalmente os refinados. Isso é de certa forma um dos pilares que dá suporte a postura cada mais encorajada de restringir o consumo desse alimento, estranhamente colocado na base da pirâmide alimentar – como política de saúde pública,  e de distribuição de alimentos. Se a base alimentar é o amido o convite a uma velhice precoce e enferma é garantida – por todos aqueles que estão associados à extravagante idéia de que é natural tomar sucos de frutas, eventualmente no lugar da água para matar a sede. Aliás, tem uma propaganda que diz: “Mate sua sede com o refrigerante X!!”. Se algum crédulo entendesse que essa orientação, oriundas de propagandas de massa no rádio, TV ou em out-doors fosse honesta, possivelmente já estaria morto por doenças ligadas à falência pancreática.
Quem tem sede toma ÁGUA! Quem tem fome toma suco ou refrigerante ou um drinque qualquer. Aliás, um aspecto curioso é que a frutose está intimamente associada ao metabolismo do colesterol e das gorduras. Além é claro de elevar um pouco o ácido úrico... A natureza – de verdade – é um curioso desafio aos arautos da saúde... as pessoas por algum motivo não se apercebem de que pão ou massas não dão em árvores, muito menos doces e outros quitutes manufaturados...
Um nutriente natural é a única alternativa natural viável para tratar a glicação. Trata-se de um aminoácido dipeptídeo de ocorrência farta nos músculos e cérebro: a carnosina. Esse aminoácido se oferece como alvo para a glicação para a glicose e poupa outras proteínas de sofrerem esse processo. A carnosina também se liga a outras proteínas já glicadas nos tecidos, tornando-as mais fáceis de serem submetidas ao metabolismo e eliminadas, habilitando as estruturas teciduais a se manterem jovens e flexíveis.
Dá para se afirmar que ao ter essa habilidade de prevenir a glicação e a formação dos malfadados AGEs (produtos finais de glicação, do inglês: Advanced Glycation End Products), a carnosina é dos mais poderosos produtos anti-aging (anti-envelhecimento) conhecidos na atualidade!
A carnosina vai se reduzindo com o avançar da idade nos músculos e no cérebro, podendo chegar a menos de 40% de um indivíduo jovem após os 70 anos. Ao mesmo tempo em vai caindo a carnosina mais o corpo vai ficando vulnerável à reação química da glicação.
 
Nos anos recentes, pesquisas laboratoriais comprovaram que a carnosina:
1) Protege os olhos da glicação, e pode ser usada como tratamento e prevenção de catarata e perda visual em idosos;
2) Protege os vasos cerebrais mais tênues de danos que podem levar a doenças como Alzheimer, além de efetivar proteção contra ação tóxica de certos minerais tóxicos, formando com eles produtos inativos ou até mesmo novas substâncias antioxidantes;
3) Tem ação relaxante e de dilatação nos vasos sangüíneos, melhorando a oferta de sangue ao coração. Além disso, melhora a performance muscular cardíaca.
4) Previne o envelhecimento da pele por inibir o cross-link (ligação transversal) do colágeno e preservando sua elasticidade. Tem ação favorável na cicatrização por promover divisão celular;
5) É um poderoso antioxidante por ser ativo contra um dos piores tipos  de radicais livres, os radicais hidroxil; estabiliza a membrana celular e protege contra a ação dos radicais livres;
6) Pode prevenir os efeitos da nefropatia diabética;
7) Pode melhorar em grande medida a socialização e a comunicação de crianças autistas.
8) Pode bloquear a atividade da guanilato ciclase, enzima ligada a asma, enxaqueca e câncer;
9) Combate processos alérgicos.
 
Embora existam muitas substâncias naturais que podem ser usadas para tratar e prevenir o stress oxidativo (formação de radicais livres) e a inflamação crônica, instâncias extremamente importantes para o envelhecimento, a glicação, um marcante e devastador aspecto dos processos degenerativos que vai se impondo com o passar dos anos, tem na carnosina o mais importante agente antagonista, e possivelmente o único viável, uma vez que além dela somente substâncias químicas artificiais farmacêuticas, ainda em fase de estudos, podem se contrapor à glicação.
A carnosina é largamente disponível em dietas normais com oferta razoável de carne. Dietas que incluem restrição de carne podem ser extremamente perniciosas aos níveis de carnosina corporal, o que certamente pode favorecer à glicação, logo a um envelhecimento pouco saudável, pois muitas vezes essas dietas restringem ou mesmo suprimem a entrada de carnosina ao organismo e ainda por cima o sobretaxam com prejudiciais produtos ricos em carboidratos. Excesso de carboidratos e falta de carnosina é a pior equação alimentar que qualquer dieta, que se proponha a ser reconhecida como saudável, pode apresentar.
 
O rejuvenescimento é possível?
 
Um dos aspectos mais inexoráveis do processo do envelhecimento é o fato de que as células carregam em si mesmo uma espécie de contador de multiplicações possíveis. Ou seja, as células filhas, ao se formarem de uma célula anterior carregam um número uma vez menor de potenciais novas multiplicações em relação à sua predecessora e assim sucessivamente. Isso seria uma programação geneticamente definida. Estudos com cultura celular demonstram esse fato de forma inequívoca. Além disso, as células mais velhas perdem progressivamente a eficiência funcional.
Porém estudos científicos com culturas celulares mostraram outra incrível virtude da carnosina: as células de tecidos colocados em ambiente rico em carnosina parecem retomar sua capacidade jovial de reprodução e de funcionamento. Células mais velhas parecem rejuvenescer e viver três vezes mais do que as células em ambientes sem carnosina. Esses estudos mostram ainda, que com a retirada das células que ficaram mais jovens, elas retornam à tendência anterior do processo de envelhecimento.
Os níveis de carnosina muscular estão diretamente ligados à expectativa de vida das espécies. Quanto maior esse nível, mais longa será a sobrevida. Em ratos, a sobrevida é de cerca de 20%, fazendo com que esse animal atinja o máximo de sua capacidade de vida (15 meses) com aspecto mais jovem e com a bioquímica cerebral preservada!
 
Quem diria um produto da carne é incontestavelmente um dos maiores aliados a uma vida mais longa e mais saudável.
A natureza quando examinada sem preconceitos é mesmo exuberante.
 
 
 
ARTIGO UOV250409
 
Bibliografia: The Life Extension Revolution - Philip Lee Miller e Monica Reinagel, Bantam Books, 2005;
Na web inúmeros sites:
Faça suas pesquisas também.
  

segunda-feira, 7 de abril de 2014



Carne frita ou assada aumenta risco de demência, diz estudo


  • BBC
    De acordo com pesquisadores, qualquer carne cozida poderia aumentar o risco de demência
    De acordo com pesquisadores, qualquer carne cozida poderia aumentar o risco de demência
O cozimento de carne no forno, na grelha ou em frigideira libera substâncias químicas que podem aumentar o risco de desenvolver demência, sugerem pesquisadores norte-americanos.

Os chamados Produtos de Glicação Avançada (os AGE, da sigla inglesa Advanced Glycation Endproducts) têm sido associados a doenças como a diabetes tipo 2.

Ratos alimentados com uma dieta rica em AGEs apresentaram acúmulo de proteínas perigosas no cérebro e tiveram a função cognitiva prejudicada.

Especialistas afirmaram que os resultados são "convincentes", embora não forneçam "respostas definitivas".

AGEs são formadas quando proteínas ou gorduras reagem com açúcar. Isso pode acontecer naturalmente ou durante o processo de cozimento.

Pesquisadores da Icahn School of Medicine at Mount Sinai, em Nova York, testaram o efeito da AGEs em camundongos e pessoas.

A experiência com animais, divulgada na publicação Proceedings of the National Academy of Sciences, mostrou que uma dieta rica em AGEs afeta a química do cérebro.

Isso leva a um acúmulo de proteína defeituosa beta-amilóide - uma característica da doença de Alzheimer. Os ratos que comeram uma dieta baixa em AGEs foram capazes de impedir a produção da proteína.

Por outro lado, os ratos realizaram bem menos tarefas físicas e mentais depois de dietas ricas em AGEs.

Uma análise de curto prazo de pessoas com mais de 60 anos sugere uma ligação entre altos níveis de AGEs no sangue e o declínio cognitivo


CLIQUE NO SEGUINTE LINK, PARA LER MELHOR:

http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/bbc/2014/02/25/carne-frita-ou-assada-aumenta-risco-de-demencia-diz-estudo.htm
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Conheça alguns mitos e verdades sobre alzheimer15 fotos

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O primeiro sintoma do alzheimer é a perda da memória MITO: não é apenas a perda da memória que sinaliza o alzheimer. A doença atinge inicialmente a parte do cérebro que controla a linguagem, a memória e o raciocínio, outros sintomas podem indicar sua chegada. "Esquecimentos persistentes de fatos recentes, recados, compromissos, dificuldades com planejamento de atividades, cálculos, controle das finanças, desorientação no tempo e no espaço, dificuldade de executar tarefas rotineiras e alterações de comportamento (como comportamentos inesperados, inadequados, incomuns para aquela pessoa) são os primeiros sinais da doença de alzheimer", explica o psiquiatra Cássio Bottino, professor do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e diretor científico da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) Leia mais Getty Images
'Tratamento eficaz'

O estudo concluiu: "Relatamos que a demência relacionada à idade pode ser causalmente associada a altos níveis de alimentos com Produtos de Glicação Avançada .

"O mais importante, a redução da AGEs derivados de alimentos, é viável e pode ser uma estratégia de tratamento eficaz."

Derek Hill, professor da University College London, comentou: "Os resultados são convincentes."

"Como a cura para a doença de Alzheimer continua a ser uma esperança distante, os esforços para evitá-la são extremamente importantes, mas este estudo deve ser visto como incentivador à continuidade dos trabalhos de pesquisa, mesmo sem fornecer respostas definitivas."

"Mas isso é motivo para otimismo - o estudo acrescenta evidências e sugere que o uso de estratégias de prevenção pode reduzir a incidência da doença de Alzheimer e outros tipos de demência na sociedade, o que poderia ter um impacto muito positivo em todos nós."

Simon Ridley, da organização Alzheimer's Research UK, disse: "Diabetes havia sido previamente associada a um risco maior de demência, e este pequeno estudo fornece uma nova visão sobre alguns dos possíveis processos moleculares que podem ligar as duas condições."

"É importante notar que as pessoas envolvidas neste estudo não sofrem de demência. Como o tema ainda não foi suficientemente estudado, nós ainda não sabemos como a quantidade de AGEs em nossa dieta pode afetar o nosso risco de demência."
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Veja alguns mitos e verdades sobre carne vermelha17 fotos

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Carne vermelha é rica em muitos nutrientes importantes para o organismo. VERDADE: considerada uma fonte proteica de alto valor biológico, é composta por todos os aminoácidos, essenciais e não essenciais. Tais elementos são fundamentais para a formação e renovação celular de todo o organismo. A carne ainda é rica em mioglobina, que promove o transporte de oxigênio para as células musculares; ácido linoleico conjugado (CLA), responsável pela queima de gordura e defesa contra doenças; e uma série de vitaminas e minerais, como vitamina B12, ferro, zinco, magnésio, sódio e potássio. A grande oferta da B12 é um dos pontos a favor do alimento, já que sua falta pode causar anemia megaloblástica (aquela em que os glóbulos vermelhos são maiores que o normal) e mudanças no sistema nervoso (como dificuldade de locomoção e expressão) que, se não socorridas a tempo, podem desencadear deterioração mental e paralisia. O fato de conter todos os aminoácidos, por sua vez, faz com que o item seja especialmente recomendado para os praticantes de atividade física, pois auxilia na recuperação e crescimento muscular Leia mais Thinkstock


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domingo, 6 de abril de 2014


GLICAÇÃO AVANÇADA. RESTRIÇÃO DESTES COMPOSTOS TRAZ BENEFÍCIOS À SAÚDE?

quarta-feira, 26 de março de 2014 
Produtos de glicação avançada (AGEs) são compostos tóxicos formados por meio de uma reação não enzimática entre açúcares redutores e proteínas, fosfolipídeos ou ácidos nucleicos, conhecida como reação de Maillard. Isto ocorre como parte do metabolismo normal, porém, quando produzidos em excesso, os AGEs promovem estresse oxidativo, inflamação e alteração na função de proteínas, tornando-se patogênicos. Carboximetilisina (CML) e derivados do metilglioxal (MG) estão entre os mais estudados1.
 
Além da produção endógena, estas glicotoxinas também estão presentes nos alimentos, sendo o processamento (temperatura e método de cocção) o principal responsável pela formação de AGEs nos alimentos. A exposição ao calor (alimentos grelhados, fritos, assados e churrasco) gera mais AGEs do que a cocção em temperaturas mais baixas e na presença de água (alimentos cozidos em água ou no vapor)2. Por exemplo, amostras de peito de frango frito apresentam 73.896 U/g de AGEs, enquanto este valor em amostras cozidas é de 11.236 U/g3.
 
Durante muito tempo o papel destes compostos nos processos de saúde e doença foi ignorado, pois se acreditava que eles praticamente não eram absorvidos no trato gastrointestinal. Entretanto, atualmente sabe-se que aproximadamente 10 a 30% dos AGEs consumidos são absorvidos, com um terço da quantidade ingerida sendo excretada na urina e nas fezes. Assim, as concentrações plasmáticas parecem sofrer influência direta do consumo alimentar e da capacidade fisiológica de eliminação destas substâncias4.
 
As consequências negativas à saúde pelo aumento dos AGEs incluem inflamação, aumento da rigidez arterial, disfunção endotelial e aterosclerose. A glicação da LDL aumenta sua susceptibilidade à oxidação e a torna ainda mais aterogênica5. Há evidências de que os AGEs favoreçam a ocorrência de complicações do diabetes, doenças renais e cardiovasculares5.
 
Luévano-Contreras et al. (2013)6 investigaram o efeito da restrição dietética de AGEs sobre parâmetros inflamatórios (TNF-α e proteína C-reativa) e relacionados ao estresse oxidativo (malondialdeído) em pacientes com diabetes mellitus tipo 2. Para isso, conduziram um estudo prospectivo randomizado no qual os indivíduos receberam durante seis semanas uma dieta convencional ou pobre em AGEs. A intervenção levou a uma redução estatisticamente significante nas concentrações séricas de AGEs, TNF-α e malondialdeído.
 
Kellow e Savige (2013)7 realizaram uma revisão sistemática para avaliar o efeito da restrição dietética de AGEs em indivíduos saudáveis ou com diabetes ou doença renal, incluindo 12 trabalhos. Destes, apenas cinco (42%) foram considerados de alta qualidade metodológica. Embora tenha sido encontrado que a diminuição da ingestão promove menor inflamação, resistência à insulina e modificação oxidativa da LDL, a baixa qualidade das pesquisas torna os achados inconclusivos. Os autores afirmam que ainda não há dados suficientes para recomendar a restrição de AGEs, até que mais ensaios clínicos bem conduzidos e com grandes amostras tenham sido realizados para fortalecer estas evidências.
 
De qualquer forma, uma dieta com menor quantidade destas glicotoxinas pode ser alcançada pelo consumo de frutas, hortaliças, leguminosas, laticínios desnatados, carnes magras e peixes, o que é condizente com a maioria das diretrizes e guias de alimentação saudável. Além disso, os métodos de cocção em água ou vapor também são mais adequados do que frituras, por exemplo, e podem ser recomendados em conjunto à adoção de hábitos de vida como cessação do tabagismo e prática regular de atividade física1.
 
Referências:
1) Uribarri J, Woodruff S, Goodman S, et al. Advanced glycation end products in foods and a practical guide to their reduction in the diet. J Am Diet Assoc 2010; 110(6): 911-16.e12
2) Uribarri J, Cai W, Sandu O, et al. Diet-derived advanced glycation end products are major contributors to the body’s AGE pool and induce inflammation in healthy subjects. Ann NY Acad Sci 2005; 1043: 461–466.
3) Barbosa JHP, de Oliveira SL, Tojal L. Produtos da glicação avançada dietéticos e as complicações crônicas do diabetes. Rev Nutrição 2009; 22(1): 113-124.
4) Kellow NJ, Savige GS. Dietary advanced glycation end-product restriction for the attenuation of insulin resistance, oxidative stress and endothelial dysfunction: a systematic review. Eur J Clin Nutr 2013; 67(3): 239-248.
5) Nedić O, Rattan SI, Grune T, et al. Molecular effects of advanced glycation end products on cell signalling pathways, ageing and pathophysiology. Free Radic Res 2013; 47 Suppl 1: 28-38.
6) Luévano-Contreras C, Garay-Sevilla ME, Wrobel K, et al. Dietary advanced glycation end products restriction diminishes inflammation markers and oxidative stress in patients with type 2 diabetes mellitus. J Clin Biochem Nutr 2013; 52(1): 22-26.
7) Kellow NJ, Savige GS. Dietary advanced glycation end-product restriction for the attenuation of insulin resistance, oxidative stress and endothelial dysfunction: a systematic review. Eur J Clin Nutr 2013; 67(3): 239-248.
 
Fonte: Unilever Health Institute, Produtos de glicação avançada. A restrição dietética destes compostos traz benefícios para a saúde? Acesso em 25/03/2014.