Se você misturar proteína (em geral do leite) com açúcar, levar a uma temperatura adequada no fogão, em breve terá balas de caramelo. O mesmo processo acontece no nosso organismo. Sob certas condições ocorre essa reação com as proteínas, açúcar e calor do corpo, o que acaba lesando as células e favorecendo doenças. O princípio, aqui, é dificultar essa reação química e, com isso, o aparecimento da doença.
O pão tostado que fica crocante, a batata frita que fica dourada, ou o caramelo que é formado quando misturamos açúcar e leite e levamos ao fogo tem em comum uma reação química bastante complexa que ocorre quando existe uma interação adequada entre o açúcar e as proteínas. No organismo dos seres vivos essa reação acontece normalmente e é chamada glicação. Sua importância no processo de envelhecimento foi reconhecida na década de 80, através da "teoria do envelhecimento por glicação”.
A reação química de glicação ou "caramelização” pode comprometer as funções de nossas células ao danificar suas proteínas e deixá-las menos flexíveis e elásticas. É provável que esse mecanismo tenha papel central no desenvolvimento da catarata, das rugas e da flacidez da pele – características típicas do processo de envelhecimento. A "caramelização” também se relaciona a doenças como o Parkinson, o Alzheimer, a Esclerose Lateral Amiotrófica e a própria Aterosclerose.
A idéia é dificultar a reação de "caramelização”, protegendo as células e inibindo ou adiando ao máximo a manifestação de várias doenças.